Prefeitura de Ribamar persegue professores
Por Fernando Atallaia
Da Agência Baluarte
atallaia.baluarte@hotmail.com
Professores do Município de São José de Ribamar reivindicam direitos como Reajuste Salarial e são perseguidos pela gestão do prefeito Luis Fernando Silva; manifestação ocorrida na última quarta feira foi marcada por protestos e denúncias
A paralisação dos professores de são José de Ribamar ocorrida na última quarta-feira(20 de maio) trouxe para o debate estadual na área da educação, a tirania do poder público nos municípios onde os gestores se vêem déspotas absolutos em detrimento do bem comum.
Um exemplo dessa realidade é o posicionamento da prefeitura daquele município em relação às cobranças dos docentes, que buscam entre outras reivindicações, a adequação do plano de carreiras, cargos e salários, progressão salarial e mais 5% de reajuste nos vencimentos mensais da categoria.
A indignação que motivou os professores a se manifestarem em prol de seus direitos teve adesão da grande maioria dos graduados, para quem o prefeito Luis Fernando Silva tem sido a representação máxima do mandonismo na cidade.
Ana Sousa, professora, conta que a atual gestão tem feito discriminação e causado desconforto constante entre a classe, proporcionando humilhações diárias nos locais de ensino. “O prefeito diz que São José de Ribamar é melhor para todos, mas nós aqui sabemos que São José de Ribamar é melhor para poucos; porque uns professores recebem um maior salário e outros não? Quando todos exercem as mesmas funções e tem a carga horária igual?” Questionou.
O questionamento da professora se refere aos docentes que ministram aulas no Liceu Ribamarense, onde os vencimentos são superiores aos dos demais professores. A alegação da Prefeitura para justificar a desigualdade passa pela divisão em níveis de estudo praticados pelos educadores, que são obrigados a aceitar a classificação atual em acordo com a nomenclatura estabelecida pela gestão do prefeito. “Somos divididos em níveis 1, 2, 3 e os salários são incompatíveis, gerando uma disparidade, numa demonstração clara de desprezo aos professores do município, que ganham em condições inferiores, trabalhando ainda em condições precárias e carga horária de 25 hs ao dia, o que é inconstitucional,” comentou uma manifestante que preferiu não ser identificada.
Medo e Perseguição política
A manifestação realizada pelo Simproessema em São José de Ribamar vêm de encontro aos interesses escusos do executivo revelados pela categoria no município. Medo, retaliações e contrariedades têm regido as ações do poder executivo na discussão que envolve os professores daquela cidade.
Segundo Domingos Pestana, professor de uma das unidades de ensino de Ribamar, os docentes tem sofrido coerção e perseguição política quando não obedecem à orientação da Secretaria de Educação do Município no tocante à presença dos professores em sala de aula, mesmo diante da perda visível de seus direitos.” Quando reclamamos eles nos imputam faltas, as escolas estão superlotadas, não existem cadeiras suficientes, e reclamamos, daí somos obrigados a aceitar as condições subumanas de trabalho, sem falar que temos de receber reajuste salarial e a progressão nos nossos salários e nada é resolvido, a prefeitura adequou a seu modo a forma de pagamento dos professores, o quarto adicional não foi pago e o prefeito divulga na mídia que o salário de um educador em Ribamar passa de 3 mil reais,quando na verdade não chega nem a 1 mil, vivemos em estado de enganação, pura enganação,” denunciou.
A reportagem tentou contatar a Secretaria de Educação do Município e a titular da pasta, para obter possíveis esclarecimentos acerca dos acontecimentos envolvendo os professores do município, mas até o fechamento dessa matéria nenhum telefonema havia sido atendido.